quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Eterno Etéreo





Quisera,
Que tudo fosse eterno,
Imutável, permanente,
Sublime, etéreo...

Quimera,
Pois tudo é  tão perene,
Tão frágil,
Direção muda,
O destino é ágil

O amor de sempre,
Caduca, esvanece,
Aquele homem com viço
Juventude plena,
Perde o tônus
Esmorece...

Amores,
Sentimentos,
Pessoas,
Namoradas,
Chances...

Tudo se vai,
Tudo se esvai
Não hoje
Nem nunca mais...

A morte,
Concreta, de sentimentos,
De pessoas,
Violência,
Morte de relacionamentos...

Sempre está à porta
Sempre ronda,
Incomoda
Sempre à volta

Algo sempre morre em você mesmo,
A criança que sempre foi,
O jovem contestador,
A energia de outrora,
A aurora!

O amor adolescente,
A vontade de mudar o mundo,
Algum conhecido,
Algum amigo,
Seu parente,
Seu amor,
Você mesmo,

Sempre morre no final...

O mundo não é justo,
Não é certo,
É sempre incerto...

E aqui está você,
Só de passagem,
Para quando?
Não se sabe...

Eterno,
Etéreo
Mistério
Da vida,
Da morte,
De tudo...

sábado, 10 de novembro de 2012

A Deusa Ícarus




Você sempre quis voar,
Ao alto longe,
Nunca quer parar
Para sempre voa avante

Céu azul de brigadeiro,
A vida livre que se encena
Parte o voo derradeiro
Mas suas asas são de cera

E assim mesmo. vai desbravando
Não há mais volta ou como deter
Não adianta falar, é impossível controlar
O plano de voo, seu imenso jeito de ser

Sua mania de querer voar
Sempre tão independente
Vive para querer viajar
Sempre vagar indefinidamente

Você que sempre quer voar
As asas são de cera
Nunca pára pra pensar

Quer furar o céu
Quer tocar o sol...

E, logo quem acha que voou
Asas de cera derretem no calor
Apenas o barco naufragou
Não há mais vida e nem amor

Ícarus realizou seu sonho,
Morreu pela história
Voou e tocou o sol
E agora é apenas memória

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Cidade Opressora




Eu vivo na cidade opressora,
É muito grande, há poucos espaços
Tudo lotado,
Carro, gente, trens lotados,
Ônibus cheios,
Prédios,
Prédios,
Prédios,

Asfalto,
Asfalto,
Concreto,
E mais asfalto

Vivo na cidade opressora,
Condomínios fechados,
Carros blindados,
Muros,
Grades,

E o medo...
Medo da situação,
De sair sozinho de noite
De bandidos à solta
E cidadãos de bem presos em suas casas

Cidade opressora,
Não vejo árvores,
Respiro enxofre,
Tento enxergar o céu azul atrás da nuvem marrom

Gente apressada,
Gente estressada,
Carrancuda,
Amedrontada,
Oprimida,

O céu não se vê mais,
Poluição e novos prédios
Mil parcelas,
Menos verde
Menos verde,

Mais gente,
Menos civilidade,
É muita gente
Oprimida,
Comprimida,
Tão sofrida....

A verdade percursora
A cidade é opressora...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Às Vezes




Às vezes,
Você tem que parar,
Respirar,
Botar a cabeça no lugar

Às vezes...

Às vezes,
Tem que mudar tudo de lugar,
Parar, sentir, pensar,
Por a cabeça no lugar

Às vezes,
Não há sentido em nada,
São brigas, são coisas,
Longas conversas sem dar em nada,

Às vezes é preciso parar,
Sentar, respirar,
Por a cabeça no lugar,
Refletir, pensar,

Por isso,
Não desista minha cara,
Nada acabou,
Nada terminou

Pare com toda essa volúpia,
Pare com o desespero,
Pare com todo esse ímpeto
Tudo há de passar...

É só um pouco...

Às vezes...
Temos que parar,
Temos que pensar,
Por a cabeça no lugar...

... e quem sabe as coisas não achem o devido lugar?

sábado, 1 de setembro de 2012

Turbulência




"Apertem os cintos
 Estamos passando por uma região de turbulência...

Muita habilidade comandante,
Vamos passar pela confusão
Estamos despencando capitão
Tudo exige muita paciência

Capitão, muita habilidade,
Desbravando a névoa inefável
Toda a falta de visibilidade
Região perigosamente instável

O rumo da sua vida
Descontrolado ao ar
Nave abatida
Não vai aterrisar

Tudo se rebate, vira, cai
A vida a perigo por um fio
Foge, se esvai
Para o eterno frio

Seu coração
É turbulência
Não tem razão
Demência

Incerteza,
Área de instabilidade,
É a vida,
O vôo da realidade

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Cobranças





E a fulana,
Para onde foi?
Onde está?
Ela tá bem?
Emagreceu né?

E faculdade,
Vai fazer oque?
Aonde?
Mas é boa?
Paga bem?

E a formatura?
Ta no estágio ainda?
Vai efetivar?
Ainda não rolou promoção?

E o namoro?
Tá bem?
Já casou,
Não vai casar?
Não vai parar de enrolar????

E o filho não vai ter?
Esse carro não vai trocar?
Já quitou o apartamento?
Não tá pequeno?

E  segundo filho, vai ficar só no primeiro?

E nós, não vamos sair?
Não vamos marcar,
Não vamos ficar,
Não vamos casar?

Comprar apartamento,
Nada?

As cobranças,
Disfarçadamente impostas,
Estão todas postas
Na mesa de jantar,
Na festa de família

Te cobrando,
Por satisfação,
Como se fosse obrigação
Mandatória, obrigatória e natural

E como se não fizesse nenhum mal....

Roda de amigos,
Convenções forçadas,
Imaginadas,
Você se protege

Sempre vem,
Cobranças,
Cobranças e mais cobranças...



domingo, 22 de julho de 2012

Pequenas Coisas




Ah,
As pequenas coisas,
Martelando,
Tomam fermento, crescem
E viram grandes coisas

Picuinhas,
Vão remoendo desgastando,
Se metendo, atrapalhando,
E já são mais que pequenas coisas

Ah,
Pequenas idéias,
Inveja, fofoca,
Limitação de pensamento

Grandes mal entendidos,
Grandes intrigas,
Fofocas,
Pessoas inimigas

Quando vê
Tudo prestes a explodir,
Por tão pouco,
Quase nada...

Ah, essas pequenas coisas....

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Água do Mar




Hoje eu só quero viajar,
Molhar o pé,
Água do mar,
Pausa pra relaxar

Parar, fugir, relaxar
Hoje vou me deixar
Levar,
A suave brisa do mar

Hoje só vou fugir,
Do caos, dessa vida,
Da fumaça,
Não quero produzir

Lutar, trabalhar, não parar,
Para ascender, crescer,
Ter poder, status e comprar

Eu só quero água do mar
Só viajar,
Parar, 
Respirar,
Relaxar

Molhar o pé...

Água do mar...

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Torcedores




Somos fanáticos,
Lunáticos
Megalomaníacos,
Midiáticos

Ferrenhos, religiosos,
Exagerados,
Apaixonados...

Não enxergamos mais nada
Beiramos a loucura,
Quase agressão ao "inimigo"

Por todo o mundo,
Torcedores, hinchas,
Fans, hooligans

De todas as formas e cores
Não enxergamos mais nada

É o resumo da vida,
Do país,
Do botequim,
Da conversa no café

Da vida que é muito mais que isso
Mas para todos nós,
Crianças, empregados, patrões,
Imprensa,
Feliz ou infelizmente,
Gira apenas em torno disso...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Quando Meu Silêncio Fala Por Mim






Às vezes eu prefiro assim,
Quando meu silêncio fala por mim
Eloquente, barulhento,
Intenso e sangrento,


Às vezes é melhor assim,
Quando meu silêncio fala por mim,
Não é necessário falar,
O silêncio vai me expressar,


Não há mais nenhuma ação
Essa é a mais constrangedora reprovação
Sentimento reprimido de revolução
Por ora a melhor solução


Não xingo, não brigo,
Não contrario
Apenas silencio,
Em mim, comigo


Ofereço o vivo vazio,
Avassalador, violento, vibrante
Veemente, voraz
Reverberando no vácuo vivaz


Alto e ensurdecedor,
Deixa a todos em imenso torpor
Decifrar de quem é essa dor
Qual é o valor desse horror


Grito com meu silêncio,
Calado e contido,
Marcante e intenso
Doloroso e ardido


Não que queira sempre silenciar,
Só não é a melhor hora de falar,
Agora se recolher, mas não se entregar
Mas depois tudo vai voltar


Quem cala consente,
Mas quem cala também sente,
Que não é sempre a hora
Que o mundo não é para agora


Não vem a palavra nua
Mas a luta sempre continua,
O silêncio não é aceitação
Apenas momentânea resignação


Às vezes eu prefiro assim,
Quando meu silêncio fala por mim
Quando palavras não falam por mim
Mas o silêncio me entende no fim


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Benção




Convivendo com a maldade,
Sempre calado,
A qualquer idade
Estou paralisado

Sempre sorrindo,
Nunca a desafiar
Se deprimindo
Não se revoltar

O mundo assim
Politicamente correto
É farsa sem fim
Inferno concreto

Mentira sem base,
Vida sem alicerce,
Sair dessa fase,
O mal sempre cresce

Que Deus abençoe,
Esse mundo perdido,
Sigo iludido,
Que Deus abençoe!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Subserviente




Sou subserviente,
Conivente,
Impotente,
Sem força pra mudar

Subserviente,
Eterno servente,
Descontente,
Só almeja continuar

A seguir este curso
Mundo injusto e desonesto
Admiráveis pessoas de poder
Admiradores rumo ao absurdo

Seguindo o curso deste rio
Rumo à pura maldade
A mais pura realidade
Destino cinza e frio

Sou subserviente,
Da corrupção e da mentira
Vista grossa
Para o suborno e para a intriga

Sou subserviente,
Em nome do status social
Da continuidade,
Da não mudança
Status quo,
Continuidade,
Da maldade

Sou subserviente,
Sobrevivente do sistema,
Quero apenas continuar
Sobreviver e não viver,
Seguir o rio
Sem brio,
Sem remar contra a correnteza da maldade

Sou subserviente,
Servente,
Impotente
Para sempre

A continuar,
Sem mudar,
Nunca pensar...

Para sempre....


sábado, 28 de abril de 2012

Se Perdendo...





Algo se perdendo
Pelo caminho,
Algo que ia escrevendo
Pergaminho

Algo perdeu a cor
Se perdendo assim
Dessabor,
Rumo ao fim

Algo assim,
Desbotando
Não afim
Definhando

Perdendo inocência,
Perdendo pureza,
Se vai a decência
Se vai a beleza

Algo se perdendo,
Assim,
Pelo caminho
Rumo ao fim

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Desejos Alados



Deixe a vida te inundar
Poesia por todos os lados
Permita-se embrigar
Pensamentos alados

Desejos calados
Permito-me embriagar
A poesia me inundar
Por todos os lados

Cheia de pudores
Liberte-se
Sofrimento, dores
Desconecte-se

Mundo cheio de regras,
Ondas, celulares
Dificuldades,
Perseguição, radares

Liberte sua mente
Desejos alados
Esquecidos, calados
Reinvente
Reinvente-se

Deixe a poesia
Inundar,
Embriagar,
Por todos os lados

sábado, 14 de abril de 2012

(In) Segurança Pública



Você deixa a segurança do seu lar
Sai para beber, se divertir
Trabalhar,
Nunca sabe se vai voltar

Você na segurança de seu lar
Condomínio fechado,
Portaria, câmeras
Você nunca sabe se vai voltar

Desfrutar do seu trabalho
Não pode mais
Bala perdida, sequestro relâmpago
E você não sabe se vai voltar

Caos urbano,
Desigualdade social
Sua mansão no Morumbi
Do lado da favela daqui
Paraisópolis, Campo Limpo
Capão redondo

Tantas outras
Formas de periferia,
Quisera você,
Isso não existiria

Assalto,
Roubo de carro,
Explosão de caixa eletrônico
Entraram na sua casa,
Raparam tudo,
Mais um assassinato,
Mais uma chacina

Você se isola,
Segurança privada
Carro blindado,
Vive na redoma de cristal
Fecha os olhos
Caos social

Batendo à sua porta,
Pedindo esmola,
Roubando seu relógio,
Apontando arma,
Quebrando portas
Roubando rádio automotivo

Mas você só quer trabalhar
E com nada mais se importar
A mãe reza
Mais um filho saiu de casa....

Será que ele vai voltar?

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Crono-Poema




É tempo de chorar
Tempo de sofrer
De semear,
Esperar todas as estações
Colher....

Colher,
Frutos do bem ou do mal,
Todos os verões,
Inverno em meu coração

Tempos de sofrer
De odiar,
Não amar,
Trabalhar insanamente
Esperando descansar...

Correr, correr e correr
E colher,
Os frutos do trabalho,
Casa, carro, bens, roupas

A falta de tempo, para filhos,
Família, amigos
Stress
Em nome do trabalho...

Tempo de amar,
De sofrer,
De chorar
Desesperar

Tempo de sexo,
Frágil, fácil, barato
Oferecido em cada esquina
Sensualidade barata, vulgar

Tempo de não amar...

Tempo de matar,
Por tudo, por nada,
Pela sobrevivência,
Na favela,
Por comida, bebida
Droga,
Por um carro ou relógio roubado

Tempo de roubar...

Roubar idéias
Sentimentos e caráter,
Roubar a inocência
De um mundo corrompido
Desgastado em suas entranhas...

Tempo de passar...

Todos para trás,
Sou egoísta e individualista
Tempo ruim de passar
Tédio, vazio, falta de novidades
A velha rotina de maldades

Tempo de sofrer,
A vida inteira,
Procurando sentido
Na ciência, na vida
Na existência
Tempo de curar

Tempo de nascer
Nova esperança
Em uma nova vida
Sorriso, inocência
Uma criança

Tempo de crescer,
Sofrer amadurecer
Perecer

Tempo de se despedir,
Sair,
Terminar,
Definhar,
Morrer...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Legado (?!?)



O legado aqui
É ilegal
Não legalizado
Sacanear geral

"O legado da Coooopa...."
Aeroportos novos, estradas novas
Cidades remodeladas,
Tudo funcionando
O país
Pra inglês e gringo ver

HA HA HA HA

O legado
Ilegal,
Desapropriações forçadas
Tirem o pobre do caminho
Essa favela,
Aqui será a nova arena

Já temos estádios em Pernambuco
Ok, mais um pra levar grana pra nóis
Brasília nem tem futebol de elite,
Manaus então...

Um agrado pro governador sempre cai bem...
Mil pra mim, pra você mais cem...

"O legado da Coooopa..."
Roubalheira e benefícios públicos
Vergonha Itaquerão
Vergonha Natal, nem saiu do papel esse estádio
Vergonha Brasil, séculos atrasado nas obras
Vergonha internacional....

"O legado da Cooopa..."
Vejam só,
Aeroportos são os mesmos
As cidades são as mesmas
Problemas de sempre
Soluções para nunca....

Sonharam que a Copa ia transformar o Brasil
Que adianta, se o povo não muda
Se a sujeira não muda,
Se os políticos são os mesmos...
de que adianta?

Seremos roubados, passaremos vergonha
A copa custará mil vezes mais
Pagaremos a conta...
Mas não importa
Copa do mundo
Todo mundo vai rir
Sorrir
Hastear a bandeira do Brasil
Copa do Mundo
E o legado...

HA HA HA

Pergunte aos gregos
Qual o legado da Olimpíada

HA HA HA

domingo, 25 de março de 2012

O que era pra ser.... (Injustiças do Mundo)




Mundo que era para ser mais justo
Pessoas que não deviam ser más
Patrimônio meu é todo parcelado
Construo tudo a muito custo

Verdade era para ser defendida
Mentira sempre dominará
Choro e aguento calado
Realidade sempre sendo escondida

Tudo devia ser mais justo
Verdade devia ser falada
História construída a tanto custo
Vai sendo paulatinamente enterrada

Ganância e cobiça desde o ventre
Nosso amor acontecer,
Você e eu, juntos pra sempre
Isso sim era pra ser!


terça-feira, 13 de março de 2012

Amanhecer





Viver e amadurecer,
Nem sempre por prazer
Não, não
Às vezes não é pra mim
Às vezes não é pra você

Amadurecer e crescer
Lento e doloroso despertar
Rumo à vida adulta,
Nem todos vão despertar

Alguns ainda não despertaram...
Nem nunca vão despertar...

Assim, passam,
Anos, paixões e razões
É o turbilhão da vida
A cicatrizar a ferida

De amores, verões e decepções
Finais de ano e carnavais
Sempre renovando o ciclo
E voltar jamais

Viver e amadurecer
Às vezes dor
Nem sempre por prazer
Mas sempre pelo amor


quarta-feira, 7 de março de 2012

Olhando Pro Céu



Olhando pro céu
Esperando alguma solução
Mirando a lua
E pedindo perdão

Olhando pro céu
Um enviado para nos salvar
Miro as estrelas
E não paro de chorar

Quem foi que inventou a maldade?
Quem inventou a inveja?
Quem inventou o dinheiro?
Quem estragou o amor?

Quem misturou tudo isso com amor?
Dinheiro, emprego, sobrevivência
Desiludido olha pro céu
Implora clemência

Olhando pro céu
Por favor alguma solução
Miro a lua, as estrelas
Que venha a nossa salvação!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Escudo



O escudo dos covardes
É a hipocrisia
Se render à conveniência
Eterna agonia

O escudo dos medíocres
Quem diria?
Você, sempre tão certinha
Agora falsa e mesquinha

O escudo para se proteger
Mascarar a realidade
Vestir a carapuça
Inventar uma verdade

Escudo para sobreviver
O importante
É não deixar ninguém ver
O que está  a acontecer

É só o seu caráter
Está a morrer
E nunca,
Nunca mais
Irá renascer....


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

No Escritório





Gravatinha,
O visual almofadinha,
A camisa engomada
E toda a trapaça

Discurso padrão,
Seu patrão
Sinergia,
Outstanding,
Hands on
Feedback,
Market share

Palavras tão em voga,
Sustentabilidade,
Quanto dura,
Sua amabilidade,
No zoológico forrado de carpete?

Dividido em baias,
Biombos e salas
Ar condicionado para temperar
Temperamentos tantos
Diferentes espécimes
Convivendo em guerra fria

Qual o próximo tapete
Que eu vou puxar?
Qual o próximo boato
Que eu vou plantar?

Qual é o próximo cargo que eu vou galgar?

De quanto é o bônus que vou ganhar?

Networking
Do bem,
Do mal,
Pessoas fracas inseguras,
Se unem
Sobrevivem na união
Tudo que importa...
Política
Politicagem...

...ou sacanagem?

No escritório
Purgatório,
Oito ou mais horas por dia,
Todo o santo dia...

O pior da natureza humana,
A pressão, metas
Resultados,
Discursos bonitos e decorados
Hábitos mesquinhos e ultrapassados

É preciso aguentar,
É preciso trabalhar,
É preciso ceder,
Se humilhar
Aceitar....

Por isso,
Calço meu sapato,
Aperto o cinto
Abotoa a camisa
Mais um dia....

Hipocrisia....


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Os Donos do Poder





Os donos do poder,
De qualquer poder
Podem....

Simplesmente podem,
E vão....

Sim,
Irão fazer....

Porque eles podem
Sim
E aí,
Eles te f.... !

Os donos do poder
Outorgado por alguém
Alguma providência divina
Providenciarão seu inferno

Porque sim, eles podem,
São bonitos, ricos e populares,
São influentes

Te pisam,
Te humilham
E isso não é bullying
Eles nunca sofreram bullying

Pois são assim,
Perfeitos exemplares
Estereótipos
Biotipos
Do mais perfeito modelo
Que finge ser a realidade mais linda
Que nunca existiu nem nunca será....

Tudo bem, era só pra mostrar meu poder....

São o sonho de consumo
De toda a sociedade,
Centro local de força
Sugando toda a força
Daqueles que fazem força
Para viver...

Pobres coitados assalariados
Pedem licença para sobreviver....

Sim,
Eles podem,
E assim,
Simples assim
Eles te f.... !

Os donos do poder,
Vão sempre poder
Andar em cima da sua carcaça
Pisar em cima de você

Nada como o poder!
Outorgado por quem?
Por alguém que também achou que tinha o poder
De brincar com o seu destino
Descontar em você todo o desatino

Do poder sem amor,
Da riqueza sem a labuta
Do "sucesso" sem a luta
Da vitória sem passar pela dor

Da vida sem sentido,
Mentalidade fraca atrasada
O poder só atrai mais poder
Eu não vou mais poder
Me atrasar

Porque os donos do poder irão reclamar...

Tantos bens,  nenhum valor
Todas as mulheres, nenhum amor
Todas as viagens, nenhuma cultura
Tanta eloquência, nenhum discernimento
Tanta pose, nenhum conhecimento

Mas eles podem,
Ah, os donos do poder!
Esses que todo mundo inveja
Assim que todo mundo quer ser,,,,

Se tornar assim
Assim que todo mundo vai virar
Assim que o mundo está virando
Com ou sem poder,
Assim todo mundo no fundo é....



VAZIO....




quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Removido



Removido
Não interesso ao sistema,
Removido,
Alterado,
Deslocado
Indignado

Removido,
Do Pinheirinho
Sem casa,
Família,
Sem honra,
Sozinho

Removido,
Desalojado,
Da Cracolândia,
Sou sujo, feio, pobre
Drogado e viciado


Removido,
Ao protestar na reitoria da universidade
Violência da Polícia Militar,
Não podemos militar,
Protestar
Julgamento apressado,
A burguesia exata e preconceituosa


Removido,
Sem pensar,
Política social???
Ha-Ha-Ha
Nem pensar!!!

Removido
Tirando website do ar
Perseguido,
Sem liberdade de pensar,
Copyright vou violar,
Não há liberdade de postar

Alguma grande empresa eu vou lesar...

Desde a ditadura militar
Artistas foram se exilar,
Outros tanto a torturar,
Matar,

Carandiru,
Candelária
Carajás

Matar, remover e apagar...

Removido,
Sujo, feio, pobre,
Desconhecido
Desinteressante

Removido,
Deletado,
Rechaçado
Escurraçado,

Removido
Formatado
A pobreza que não interessa
Removido
Para longe daqui

Removo,
Por que tenho o poder
Não renovo,
Por que não tenho o poder

De pensar,
Ter caráter
Sou rolo compressor,
Aniquilando o que ficar na minha frente

Sou a mídia
Poderosa mídia,
Desde a ditadura,
Removo, controlo,
Manipulo
Mando e desmando...

Assim,
Elimino,
Destruo, removo

Aniquilo....

Removido
Tudo aquilo que não desejo,
Que é feio, indesejável,
Imprestável

Removido...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pátria Amada!




Pátria amada,
Tão roubada
Enganada
Vilipendiada....

Pátria amada,
Traída,
Subtraída,
Por aqueles que deveriam trabalhar por ti,
Tão iludida...

Deitado eternamente em berço esplêndido
Sem nunca acordar
Está o Brasil...

512 anos de malandragem,
Falcatruas,
Mandos,
Desmandos,
Atraso...

És mãe gentil,
Dos corruptos e malandros deste solo
Seus filhos desviados,
Assim como todos os impostos que pagamos
Homens de bem e honestos,
Trouxas e otários
Todos sofrendo com míseros honorários

No país da vantagem e do jeitinho
Da sacanagem, do sapatinho
Aqui é o país do samba
Todo mundo bole
Todo mundo é bamba
Samba, ri e esquece
Da roubalheira
Na república que dia a dia padece...

Aqui é país do samba
Futebol, praia e carnaval
Em Brasília
Eterno bacanal
100 pra mim, 100 é seu
Na primeira bunda todo mundo já esqueceu

Assim vai o Brasil,
De mais de 500 anos de abandono
Coronelismo ainda existe no século XXI
Assim não vamos a lugar algum...

Ouviram do Ipiranga,
O brado retumbante,
De algum miserável esquecido implorando por socorro
Sem educação, sem saúde
Sem oportunidade

Pátria roubada,
Pátria malandra,
Pátria doente,
Pátria malemolente...

Pátria amada...
Brasil....